Camisa 7 completa 31 anos nesta terça-feira (24/5) e quer vitória amanhã contra a Bolívia de presente
A seleção brasileira de beach soccer começou da melhor maneira possível sua caminhada rumo ao tricampeonato da Copa América. A terceira edição da competição vem sendo realizada no Paraguai e tem o Brasil como líder absoluto do Grupo B, com 6 pontos ganhos e larga vantagem no saldo de gols em relação à Venezuela, que tem a mesma pontuação.
Um dos responsáveis por essa grande campanha é o aniversariante desta terça-feira (24/5), o ala Dmais. Natural do Rio de Janeiro e atleta do Botafogo-RJ, ele completa 31 anos com motivos de sobra para comemorar. O camisa 7 do Brasil foi eleito pelo comentarista e eterno ídolo Robertinho, durante a transmissão exclusiva do canal Sportv da partida contra a Venezuela, no último domingo (22/5), como o principal nome da seleção até o momento.
Em entrevista especial ao site da Confederação de Beach Soccer do Brasil (CBSB), Dmais, que é o artilheiro da seleção na Copa América ao lado do capitão Brendo, ambos com 3 gols marcados, contou mais sobre sua carreira, como vem se preparando para atuar em alto nível em sua primeira competição oficial vestindo a amarelinha, explicou a origem do curioso apelido e ainda confessou que quer de presente a vitória contra a Bolívia, nesta quarta-feira (25/5), às 16h30, pela 4ª rodada da Copa América, ao vivo no Sportv. Confira!
Site CBSB: Qual a história do Dmais? Porque esse apelido? Quando que o futebol apareceu na sua vida?
Dmais: Minha história dá um livro (risos), mas vamos lá. Nasci em Belém-PA. Quando eu era bebê, meus pais se mudaram para o Rio de Janeiro em busca de uma melhor condição de vida. Era o ano de 1993. Meu pai desde a nossa chegada no Rio têm e trabalha até hoje em uma barraca na Praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio. Lá se vão 29 anos, ou seja, desde de 1993 até hoje eu vivi e vivo na praia, sempre joguei bola na areia, desde criança, literalmente. Essa foi minha criação.
A primeira escolinha que participei foi com 6, 7 anos de idade, chamava-se “Escolinha Ipanema”. Posso dizer que de fato eu jogo futebol de areia desde criança. Joguei o beach soccer até os 15 anos de idade, e com 16 anos fiz a transição para o futebol de campo. Fiz inúmeros teste em clubes do Rio, joguei em alguns deles, como Portuguesa e Ceres, de Bangu. Em 2009 surgiu uma oportunidade para jogar grandes campeonatos de jovens no exterior. Joguei em 3 países: Noruega, Dinamarca e Suécia, no NorwayCup, DanaCup e GothiaCup, respectivamente. Esses torneios são bem famosos e existem até hoje. Disputei esses torneios até 2012, quando voltei para o beach soccer e estou até hoje.
Meu nome é Deiwerson, mas todos me conhecem como “Dmais”. Esse apelido surgiu no colégio, mais precisamente na 5ª série do ensino fundamental, quando meus colegas falavam que meu nome era extenso demais e um amigo teve a ideia de me apelidar de “Dmais” e assim ficou até hoje. O “D” porque é a primeira letra do nome e “Mais” pra resumir todo o resto do nome. (risos).
Site CBSB: Você foi eleito pelo Robertinho, nosso grande ídolo e comentarista do Sportv nas transmissões dos jogos do Brasil, como o grande destaque da seleção nessas duas partidas iniciais da Copa América. Quando foi convocado para substituir o Hulk ficou surpreso? E você imaginava ter esse grande desempenho logo no início do torneio?
Dmais: Eu tinha recebido um telefonema uma semana antes de sair a convocação oficial para a disputa da Copa América, e aí fiquei na expectativa, mas meu nome não estava na lista final de convocados.
Sim, fiquei surpreso quando me chamaram para substituir o Hulk, eu senti muito por ele, porque é muito triste ser cortado por uma lesão, a gente se prepara muito, e ser convocado para a seleção é algo incrível, de extrema importância. Por isso é muito frustrante quando uma lesão acontece, eu me coloco no lugar dele, é triste um parceiro de profissão ser cortado por uma lesão às vésperas da competição. Desejo uma rápida recuperação ao Hulk, ele é um grande atleta e em breve vai estar defendendo e brilhando na nossa seleção.
Em relação ao meu desempenho nesse início do torneio, eu tento sempre pensar em um jogo da cada vez, adversário por adversário, procuro me concentrar ao máximo para contribuir da melhor maneira possível para a equipe em cada partida. Cada partida é diferente uma da outra, mas a grande verdade é que treinamos bastante o estilo de jogo que o professor Marco Octavio quer, então é colocar em prática o que foi treinado e junto à experiência, entregar tudo em campo para ajudar a equipe a conseguir as vitórias.
Site CBSB: No jogo contra a Venezuela você jogou nas quatro posições do time. E foi eficiente em todas elas. Isso já é uma característica sua ao longo da carreira? Ou foi um pedido do treinador Marco Octavio? Ou foi leitura sua mesmo de jogo em se posicionar cada hora em um lugar?
Dmais: Posso dizer que foram as 3 coisas. O beach soccer é um esporte muito dinâmico, é difícil um jogador ficar a partida inteira apenas em uma posição. Ao longo da minha carreira eu joguei em várias posições na quadra, isso me ajuda um pouco. Temos quer ler o jogo ali dentro das quatro linhas, procurar um espaço para oferecer perigo ao adversário. Na minha visão, ter uma boa leitura do jogo faz a diferença, e o professor Marco Octavio conversou comigo e disse que precisaria me utilizar tanto na zona defensiva, tanto na zona ofensiva. Ele nos dá autonomia, nos deixa a vontade para realizar as jogadas, futebol é isso, onde eu puder ajudar, puder contribuir para a equipe, eu vou dar o meu máximo. Hoje o atleta de beach soccer tem que estar preparado para jogar em todas a posições essa é a grande verdade.
Site CBSB: Como ficou o emocional do grupo após a surpresa dos testes positivos para Covid-19 do Alisson, Zé Lucas e Catarino e, já no Paraguai, do Bernardo Botelho?
Dmais: Se eu não disser que não abalou o grupo eu vou estar mentindo. Abalou na hora sim, afinal, perdemos grandes jogadores, com muita experiência. Estávamos treinando todos juntos no Rio, não é fácil, mas infelizmente aconteceu. Porém o grupo já superou, temos que buscar o resultado positivo por eles também, pois eles fizeram parte de toda a preparação e mereciam estar aqui, vamos lutar por eles. Acredito que o Bernardo vai estar conosco nos próximos dias e vai nos ajudar bastante, se Deus quiser.
Site CBSB: O que esperar do Dmais para esses dois confrontos finais da fase de grupos, contra Bolívia e Uruguai?
Dmais: Muita entrega, tanto na parte defensiva como na parte ofensiva. Vou procurar contribuir da melhor maneira possível para ajudar o Brasil, me entregar 100% em cada partida para chegar às vitórias. Que Deus nos abençoe, pois sem ele nós não somos nada. Ressaltando sempre, vamos degrau por degrau até o objetivo. Por isso, o foco é o jogo contra a Bolívia. Seria o melhor presente da vida essa vitória, que nos deixaria numa posição muito boa para a classificação. Tenho muito orgulho de lutar e defender as cores do país onde nasci e vivo.
Legenda: Demais comemora um dos dois gols marcados contra a Venezuela, na 2ª rodada da Copa América.
Crédito: Staff Imagens/Conmebol