A Seleção Brasileira seguirá sob o comando do melhor técnico do mundo. O carioca Gilberto Costa acertou junto à diretoria da CBSB sua permanência no comando da seleção pentacampeã mundial por mais um ciclo de Copa. Nesta nossa etapa de trabalho visando o torneio na Rússia em 2021, Gilberto promete caras novas no elenco.
“Teremos novidades. Hora de dar oportunidades a novos jogadores, como faço no início de cada ciclo, só que agora aumentando o leque de escolhas”, afirmou.
Uma ação programada pelo treinador para iniciar já nos primeiros treinos da seleção em 2020 será a presença de auxiliares técnicos pontuais. A ideia de Gilberto é dar mais bagagem para os demais profissionais de todo o país.
“Precisamos envolver mais treinadores nos processos de treinamento da seleção. Ainda vamos aprovar a ideia de mais auxiliares e/ou o auxiliar pontual, para que mais treinadores participem e possam trocar informação e conhecimento. Individualmente, tenho idéias que vou colocar em prática, como o fórum de treinadores (temos profissionais com grande experiência que merecem voz) e visitas aos projetos de beach soccer que existem pelo país”, concluiu.
CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA DE GILBERTO COSTA AO SITE DA CBSB:
Site CBSB: O que levou você a seguir por mais um ciclo à frente da seleção brasileira?
Gilberto Costa: Possuo uma boa relação com a diretoria da CBSB, todos os compromissos comigo foram cumpridos até hoje. Novos compromissos quanto a estrutura foram assumidos e confio que serão cumpridos. Além disso, não gostaria de sair e deixar a seleção na mesma posição em Copas do Mundo que a encontrei em dezembro de 2015, o quinto lugar. Fizemos nesses 4 anos um grande processo na seleção, porém, a derrota nessa Copa do Mundo foi muito dolorosa e queremos reverter isso nesse próximo ciclo.
Site CBSB: Esse novo ciclo terá novidades? Tanto em termos de jogadores, quanto de comissão técnica, métodos de treinamento?
GC: Sim, teremos novidades. Hora de dar oportunidades a novos jogadores, como faço no início de cada ciclo, só que agora aumentando o leque de escolhas. Hora de voltar a jogar o beach soccer no nosso estilo, algo que não fizemos, principalmente após março/19. Iremos implantar um sistema de treinamentos em algumas regiões do país, para que possam evoluir e em 2 anos no máximo se tornarem núcleos de treinamento. Precisamos envolver mais treinadores nos processos de treinamento da seleção. Ainda vamos aprovar a ideia de mais auxiliares e/ou o auxiliar pontual, para que mais treinadores participem e possam trocar informação e conhecimento. Individualmente, tenho idéias que vou colocar em prática, como o fórum de treinadores (temos profissionais com grande experiência que merecem voz) e visitas aos projetos de beach soccer que existem pelo país.
Site CBSB: Quais as lições tiradas da Copa do Mundo do Paraguai 2019?
GC: Primeiro, não podemos tirar os méritos das seleções que chegaram nas primeiras colocações. Foram merecedoras nessa competição. O Brasil venceu o I World Beach Games um mês antes da Copa com uma grande vitória sobre os russos na final (Brasil 9 x 3 Rússia), mas durante a competição já estávamos oscilando como equipe. Na Copa do Mundo também oscilamos em todas as partidas. Como treinador, assumo minha responsabilidade, pois jogamos abaixo do nosso padrão e existiram erros em opções táticas. Perdemos intensidade na nossa defesa e velocidade em nossas movimentações ofensivas. E não se perde uma Copa do Mundo nos 36 minutos de uma partida. Cometi erros durante o processo. Fiz concessões na equipe que não devem ser permitidas quando se busca altos resultados. Feri os meus princípios e os da equipe e isso é um erro gravíssimo. Que todos façam uma auto análise e assumam suas responsabilidades nessa derrota para que vejam o aprendizado contido nela.
Site CBSB: O que o Brasil terá de competições importantes neste ano para se preparar para a Copa do Mundo da Rússia 2021?
GC: Muito importante pontuar que nossa preparação visa a classificação para a próxima Copa do Mundo. As eliminatórias sul-americanas possivelmente irão ocorrer em fevereiro/21. Grandes seleções como Portugal, em 2013, Rússia em 2017 e Irã em 2019, não se classificaram (sabemos que as eliminatórias na Europa e Ásia são mais equilibradas). O foco será nas Eliminatórias. Até lá, teremos a Final da Liga Sul-Americana com o Equador e a Copa América no Brasil. Um grande termômetro de como estaremos será a Copa Intercontinental, em novembro, em Dubai, que voltaremos a jogar nesse ano. É prioridade fazer mais jogos com as forças mundiais do nosso esporte durante o ciclo.
Site CBSB: A CBSB montou um calendário extenso, com diversas competições de clubes, tanto sub-20, quanto adulto, como nunca antes foi feito. Como isso pode ajudar diretamente o treinador da seleção brasileira?
GC: O calendário de competições e um campeonato nacional mais longo e com mais jogos são passos fundamentais para que a modalidade encontre seu caminho para o profissionalismo. Países que possuem campeonatos há mais tempo seguem ajustando-o ano a ano em busca de melhorias e isso não será diferente no Brasil. Nossa modalidade tem mais de 25 anos e nunca houve interesse em criar uma competição longa em nosso país. Vencemos 5 Copas do Mundo FIFA, porém, falhamos no desenvolvimento do esporte no mesmo período. A CBSB montou o calendário, mas o mais importante é que ele seja cumprido, com datas previamente estabelecidas e jogos na televisão e internet, para que os clubes possam fazer sua parte e trabalhar em busca de patrocínios. A CBSB está comprometida com esses objetivos. Especificamente para o treinador da seleção, o campo de observação de atletas aumenta com mais jogos. A competitividade sadia entre os atletas também passa a ser maior. Acredito que teremos mais jovens atletas inscritos por seus clubes. Pode-se ver mais equipes jogando, principalmente no norte, nordeste e sul do país. Vai existir maior troca de conhecimento com os treinadores e comissões técnicas, pois minhas ideias não são absolutas. Aguardo e torço pelo sucesso da execução e consolidação desse calendário.
Site CBSB: O que os fãs da nossa seleção, espalhados pelo mundo todo, podem esperar da equipe daqui pra frente?
GC: No I World Beach Games, em Doha, as seleções femininas da Espanha e Inglaterra por exemplo, encontravam conosco na entrada do estádio e diziam que estavam lá para ver o espetáculo brasileiro na areia. Trabalhar com a seleção brasileira de beach soccer é isso: vencer e mostrar um jogo espetacular, jogando de forma coletiva e com respeito ao adversário.